domingo, 12 de abril de 2009

Fortaleza
Desci até a fortaleza mais mortal que achei em mim
Escura e sombria
Foi numa noite escura de outono
Que brisas de ventos causavam-me arrepios
No céu, existia apenas um negro buraco...
Que gritava o som da fúria...
Quando relâmpagos cortava a intensidade do escuro
Retratando os fantasmas que ali na fortaleza escondiam-se
Comecei a ver minhas ruínas caírem
Vindo em cima de mim todo os espíritos
Seres destruidores que me perturbarão
Escravizarão meu ser, tomando minha vida...
Estava prisioneiro de mim mesmo dentro de um calabouço
Lutando contra a insanidade que me possuía
Tentei estilhaçar todos meus espelhos
Tentei queimar minha sombra
Exterminar meus sentidos
Nesse circulo vicioso e trágico
Fui eu o meu carrasco, meu autoflagelo
Mecanismo de minha destruição
Alma traçada, perturbada,
Alma doentia, carregada de energias oposta antagônica...
Noite que parece não ter fim, pesadelos que não vão embora...
Eu não podia fingir não ser eu, era eu, perdido e amedrontado por mim mesmo.
Nunca tinha me visto de tal forma, com tanto temor, me desprezei.
Desejei por mil vezes á morte, senti-me como o carbono enferrujado.
Vi toda luz ser envolvida pela escuridão
Até sobrar o mais negro e vazio em vida...
Então no ultimo estagio, no fundo do vazio buraco existente,
Na mesma intensidade dos raios atravessando as sombras
Mesmo renegado desejei veemente a luz
Travei uma batalha entre clarões e trevas
Batalha antagonista, onde a luz defecava os vultos...
Esgotado de minhas força, vi a luz entra em fusão com a negritude,
Uma explosão aconteceu raios de luz me penetraram, estilhaços do sombrio me cortarão.
Anjos místicos com demônios surgiram rasgando-me a alma morta
Levaram-me para um sepulcro e ali mil anos as mortes me possuiria
Anjos caídos me vigiariam, até que minha alma pertencesse a um só Deus.
Fiquei no meio do caminho, entre a luz e as trevas, fui eu quem se perdeu
Mais nem a luz e nem sombras ganharam
A morte me concebe mil anos pra um novo começar

sábado, 4 de abril de 2009

ROTEIRO

Por onde começa?
O que sabemos e aquilo que não sabemos
Vivemos por viver, como artista atrapalhado.
Fazemos do mundo nossa brincadeira de arte
Borrando nossos dias
Encenando nossa passagem, sendo eu meu próprio personagem.
Nessa comedia dramática
Não a platéia, nem cortinas abaixadas.
Nem ultima cena, falta o final perdido.
Falta fundamentar o roteiro sem sentido
Cenas mortas, com flores ao redor.
Flores sem vidas, cheirando a cadáver.
Retratos sujos de poeiras finas
Ventos soprando folhas secas que bailão pelo ar
Ventos que fazem tremer a velha janela
Que fazem uivos de melancolias
Numa estação de outono
Delírios nos sonhos
Delirantes noites de insônia
Minha cabeça dói, com os risos do mundo
Só eu vivo as vezes nesse planeta
Vejo tudo de olhos fechados e ninguém entende
Estou e ninguém me vê
As vezes surjo como um raio na noite de temporal
Como o som da chuva no telhado
Chuva que segue a direção do vento
Vento esse que me leva por lugares que nunca vi
Procurando coisas que não sei o que são
Abro meu coração, caminho entre sombras e raios de luz
Escondo minha alma da personalidade que me abita
Vivo todas minhas ausências
Querendo encontrar aonde eu possa começa
Tudo novamente, um fundamento
Uma cura ao sangue que insiste em marca
A dor que insiste em doer
Caminhar até a luz sem queimar meus olhos
Ver flores perfumadas e com vidas
Para não viver sozinho, queria não esta nesse caminho
Queria eu não mais interpreta o que sou e ser apenas eu mesmo
Para começa a viver a minha vida...