Tecendo os dias de negritude
Tantos danos ao querer...
Tantos anos ao sofrer...
Tantos planos ao perder,
Tantos dramas sem viver.
Nasce a lua e ainda não é noite
E o tempo já respira o silencio das estrelas...
Eu me regresso ao berço do universo
A única liberdade que exerço,
A de ser livre para pensar
Da paranóia caótica á paciência
Encontro-me ausente.
A falta de mim, por onde fui, quem sou?
Minha vida consagrada ao arbítrio proibido.
O proibido arbítrio de espírito
Que aprisionasse em minha alma,
Sufoca meu coração mudo vazio
A claridade insistente da luz, os raios...
As nuvens arrastadas pela negritude,
mais um dia frio de outono se acaba.