sábado, 16 de outubro de 2010

UNIVERSO SURDO



Tecendo os dias de negritude

Tantos danos ao querer...

Tantos anos ao sofrer...

Tantos planos ao perder,

Tantos dramas sem viver.

Nasce a lua e ainda não é noite

E o tempo já respira o silencio das estrelas...

Eu me regresso ao berço do universo

A única liberdade que exerço,

A de ser livre para pensar

Da paranóia caótica á paciência

Encontro-me ausente.

A falta de mim, por onde fui, quem sou?

Minha vida consagrada ao arbítrio proibido.

O proibido arbítrio de espírito

Que aprisionasse em minha alma,

Sufoca meu coração mudo vazio

A claridade insistente da luz, os raios...

As nuvens arrastadas pela negritude,

mais um dia frio de outono se acaba.